Xadrez

As qualidades do Xadrez têm um valor humano geral e constitui, pois, um método de autodesenvolvimento e autodisciplina muito útil aos seus praticantes.
Autor desconhecido
















terça-feira, 8 de março de 2011

A história do Xadrez

Teorias atuais fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_xadrez

Expansão do xadrez pelo velho mundo, a partir do século VI.
A origem do xadrez ainda é motivo de debate entre os historiadores do enxadrismo,[1][2][3] do qual a teoria mais difundida[4] é que tenha sido criado na Índia, durante a dinastia gupta por volta do século VI.[5] Esta teoria é fundamentada nos primeiros registros literários persas e análise da etimologia das palavras empregadas no jogo e sua evolução conjunta com o xadrez.[6]
Entretanto, teorias alternativas propõem que o xadrez tenha sido criado num período anterior em diferentes localidades como China[7], Irão[8] e Afeganistão.[9] Estas versões alternativas exploram evidências arqueológicas, militares[10], literárias e recursos da filogenética[11] em contra-posição a teoria indiana. As similaridades entre o chaturanga e o Xiangqi, considerado a versão chinesa do xadrez, são exploradas indicando que estes jogos poderiam ter se influenciado através do contato entre as civilizações através da roda da seda, assimilando alguns aspectos de suas regras e formando versões híbridas,[12] o que poderia remontar a Grécia antiga e a conquista de Alexandre, o Grande sobre a Ásia menor no século III a.C.[13]
Existe a perspectiva que no futuro novas análises das literaturas existentes e descoberta de mais artefatos arqueológicos na Índia e China possibilitem esclarecer em definitivo a origem do xadrez.[3]
Criação na Índia
O primeiro precursor do xadrez moderno é o jogo chamado chaturanga, que surgiu na Índia por volta do século VI sendo o jogo mais antigo, que possui dois detalhes essenciais encontrados em todas as versões posteriores do xadrez - peças com movimentos diferentes e a vitória dependendo do destino de uma única peça, o Rei moderno.[14]
O chaturanga era praticado no tabuleiro do ashtāpada que era um tipo de jogo de corrida que utilizava dados, sendo o tabuleiro monocromático com oito colunas por oito fileiras. Outros tabuleiros indianos incluiam o Dasapada com 10x10 e o Saturankam com 9x9.[15]
Uma das lendas a respeito da origem indiana do xadrez, contado no poema persa Chatrang nâmag e no livro persa Shāh-nāmeh relata que um Rajá indiano[nota 1] enviou seu vizir Tâtarîtos a corte de Cosroes I Anôšag-ruwân (o de alma imortal), Xá da Pérsia, com muitos presentes que incluíam dezesseis esmeraldas e rubis, noventa elefantes e mil e duzentos camelos carregados com ouro, prata, jóias, pérolas e roupas. Os presentes acompanhavam o seguinte desafio: "Como se nomeia o Rei dos Reis, isto significa que seus sábios devem ser mais sábios que os nossos. Ou desvendas o segredo deste jogo, ou paga-nos tributo." Cosroes pediu por quatro dias para resolver o enigma das regras do chaturanga, do qual um de seus sábios teve êxito em decifrar no tempo previsto.[16][17][nota 2]
O livro Shāh-nāmeh descreve ainda mais duas lendas a respeito da origem do xadrez. A primeira conta a história do brâmane Sissa ibn Dahir que criou o jogo a pedido de um rajá indiano e como recompensa pedira um grão de trigo na primeira cada casa do tabuleiro, dobrando progressivamente para cada em cada casa. A outra história conta que o jogo foi inventado a pedido da mãe do Rei Gav, de modo a provar que este não havia provocado a morte do irmão Talhend durante uma batalha sendo esta recosntituída sobre o tabuleiro. A história termina com uma imagem da mãe em luto, atormentada em angústia, jogando xadrez pelos restos de seus dias.[19]
A Pérsia antiga
O poema Mâdayân î chatrang ou simplesmente Chatrang nâmag é a primeira evidência literária que descreve as peças de xadrez e a chegada do chaturanga na Pérsia, embora a datação do texto seja controversa, do qual historiadores estimam ser do século VII a IX.[20]
Por volta do século VII outro poema, Xusraw Kawadan ud redag (Cosroes, filho de Kavadh I, e seu chamado) escrito na língua pahlavi, menciona o chaturanga, Ashtāpada e o nard, antecessor do gamão. Cosroes foi o Xá da Pérsia de 531 a 579 e entre as probabilidades existentes, foi o primeiro a receber um conjunto de peças de xadrez da Índia.[nota 3]
Os vestígios arqueológicos de peças de xadrez mais antigas sob domínio persa são um conjunto de sete pequenas figuram em marfim sendo dois soldados, um cavaleiro, um elefante montado e uma espécie de felino também montado e também duas diferentes bigas. Estas peças foram encontradas no sítio arqueológico de Afrasiab, perto da cidade de Samarcanda no Uzbequistão em 1977 e foram datas como sendo provavelmente do século VII.[22]
As primeiras adaptações ao chaturanga foram a tradução do jogo que passou a se chamar Chatrang e das peças que mantiveram o significado indiano de representar no jogo os quatro componentes do exército na época:bigas, cavalaria, elefantes montados e soldados além do soberano e seu conselheiro.[23] Os persas também introduziram expressões no jogo como Shāh, atual xeque, utilizado ao ameaçar o Rei adversário, Shāh-mat (xeque-mate) que o Rei foi emboscado, capturado ou morto, o que indica o término da partida[24] e Shāh-rukh que indica uma ameaça dupla ao rei e a Torre, que até então era a peça mais forte.[25]
A Conquista Árabe
Conjunto de peças do Shatranj, datadas do século XII.[26]
Quando os árabes dominaram a Pérsia em 651 o profeta Maomé já havia falecido, o que provocou um longo debate entre os teólogos islâmicos sobre a legalidade da prática do jogo, que por fim permitiram suas práticas sob determinadas condições que incluia não ser apostado, não levar a disputas ou linguajar impróprio.[27]
O jogo tornou-se popular entre califas, como Harun al-Rashid, que patronavam os melhores jogadores de sua corte e no final do século IX já era amplamente aceito e difundido no mundo árabe sendo levado para o norte da África, Sicília e Península Ibérica. Surgiram então os primeiros grandes jogadores, notáveis em suas épocas, pela capacidade de jogar mesmo dando vantagens de peões até torres para seus adversários. Al-Adli, Al-Razi e Al-Suli foram os grandes nomes deste período, tendo-se destacado tanto no xadrez como nas artes e ciências. [28][29]
Os árabes foram os primeiros a estudar com um método analítico as fases do jogo de aberturas, meio-jogo e finais, buscando explorar as fraquezas existentes em cada uma delas. Criaram inúmeros problemas denominados mansūbāt representando os finais típicos de uma partida, utilizando as regras do Shatranj, versão arabizada do Chatrang persa. Desde período, também é a primeira referência a uma partida de xadrez às cegas, relatado por Al-Safadi num manuscrito árabe do século XIV.[29][30]
Chegada à Europa
Por volta do século X o Shatranj foi introduzido na Europa pelos árabes, através da conquista da Espanha, onde rapidamente se popularizou alcançando todo o continente europeu já no final do século XI.[31] As restrições religiosas a prática do xadrez continuaram, apesar de continuarem a serem desobedecidas tanto pela corte européia quanto pelo clero. O primeiro registro literário em solo Europeu, o poema Versus de Scachis encontrado num monastério na suíço, descreve o movimento das peças de xadrez e as regras do jogo e o tabuleiro com o padrão dicromático empregado atualmente. As regras descritas ainda são as mesmas do Shatranj, entretanto este poema faz primeira menção à dama (Regina, em latim), embora ainda com os mesmos movimentos do fers e regras diferentes para a promoção do peão que impediam duas Damas sobre o tabuleiro, visando manter a monogamia real.[32]
Assim como entre os teólogos islâmicos, a prática do xadrez foi discutida entre os teólogos católicos e proibida apesar das divergências da interpretação da lei canônica. Uma carta entre Pedro Damião, Bispo de Óstia em aproximadamente 1061, para o Papa eleito Alexandre II discutia o assunto.[33][34] Até aproximadamente o século XIV, a prática do xadrez foi proibida em várias ocasiões em diferentes países (França, Rússia, Inglaterra e Alemanha) e religiões (Igreja Ortodoxa[35], judaísmo[33] e catolicismo[34]).
Lentamente, o jogo começou a ser aceito pela nobreza, sendo considerado um entretenimento apropriado para cavaleiros, soldados, cruzados, menestréis.[28][33] Era permitido também que um homem visitasse o quarto de uma Dama com a intenção de jogar xadrez. [31]
Por volta de 1250 surgiram os primeiros sermões que utilizavam o xadrez como uma metáfora para o ensino de ética e moral. Estes trabalhos eram denominados moralidades e se tornaram muito populares na época. A primeira obra do gênero foi Quaedam moralitas de scaccario per Innocentium papum (a Moralidade Inocente), de autoria atribuída ao Papa Inocêncio III (1163-1216), um prolífico escritor de sermões e posteriormente a um frei franciscano chamado John of Wales (1220-1290). [36][37] Na segunda metade do século XIII, o monge Jacobus de Cessolis, publicou os sermões Liber de Moribus Hominum et Officiis Nobilium Sive Super Ludo Scacchorum (Livro de costumes dos homens e deveres dos nobres ou o livro de xadrez), um trabalho que se tornou muito popular sendo traduzido para várias línguas e a base do livro The Game and Playe of the Chesse, um dos primeiros livros impressos na língua inglesa.[33]
Por volta do final do século XV o jogo sofreu a principal alteração de sua história, com a substituição dos lentos Fers e Fil pela Dama e Bispo, respectivamente. Esta nova versão do jogo surgiu no sul da Europa e rapidamente se popularizou pelo continente, tornando obsoleto todo o conhecimento adquirido previamente sobre a teoria de aberturas e finais em virtude da grande mobilidade das novas peças.[38] Surgiram então as primeiras análises e livros contemplando novas regras de Luis Ramirez de Lucena em Repetición de Amores y Arte de Axedrez (1497), Damiano em Questo Libro e da Imparare Giocare a Scachi (1512) e Ruy López de Segura em Libro de la Invención Liberal y Arte del Juego del Axedrez (1527), sendo este último o mais forte jogador da época[39] e primeiro a formalizar as regras do roque num único movimento[40] e a captura en passant[41]. Outros nomes surgiram como Paolo Boi, Polerio e Greco que eram patronados em diferentes cortes, produzindo uma grande variedade de manuscritos com novas teorias em aberturas.[38]
Expansão pela Ásia
A análise etimológica das peças de xadrez indica que o xadrez foi introduzido na Rússia a partir do Chatrang, de origem persa. Enquanto na Europa a figura do fers já havia sido transformada na Rainha a peça permanecia masculinizada na Rússia como ferz, e o Bispo e a Torre figurados como um elefante e um barco, respectivamente.[42] As evidências arqueológicas mais importantes foram escavadas na cidade de Novgorod, indicando que o jogo foi introduzido por volta do século IX. [43]
Quando os europeus tiveram contato com a cultura russa, o jogo já estava plenamente estabelecido e a versão européia das regras lentamente substituiu as regras do Chatrang, embora ainda no século XVIII algumas tribos no extremo oriente fizessem uso das regras antigas. Assim como no Europa, a monarquia também demonstrava interesse pelo jogo, patronando os melhores jogadores. Os czares Ivã IV da Rússia, Catarina, a Grande e Pedro I da Rússia estão entre os monarcas que demonstraram tal interesse.
[editar] Outras possíveis origens
[editar] China
Uma outra versão bastante aceita para a origem é de que ele tenha se originado na China em 204-203 a.C. por Han Xin, um líder militar, para dar às suas tropas algo para fazer no acampamento de inverno. Um jogo conhecido como "go" que tem um rio, um canhão, um cavalo, uma torre, um rei, um peão e um bispo, sendo que estas quatro últimas peças localizam-se na mesma posição do xadrez ocidental. As peças tem inscrições em caracteres chineses e são colocadas em "pontos".
Há duas referências do xadrez na literatura antiga chinesa, a primeira foi de uma coleção de poemas conhecida como "Chu chi" do autor Chii Yuan. A segunda é de um famoso livro de filosofia conhecido como "Shuo Yuan" que citava Chu Chi.


Pérsia antiga
Historiadores iranianos questionam a ausência de evidências arqueológicas indianas anteriores ao século IX enquanto evidências persas já foram encontradas como sendo do século VI, como uma hipótese da origem do xadrez pertencer a Pérsia antiga, atual Irão.[22] Apesar da literatura indiana anterior ao século VI ser rica, não faz uma menção específica ao chaturanga, somente ao Ashtāpada, e a utilização da palavra chaturanga anterior ao século VI não está relacionada ao jogo, sendo que as evidências mais claras surgiram somente no século IX.[44] A etimologia do jogo também não seria objetiva a respeito do uso da palavra em sânscrito chaturanga que significaria somente "exército" não ficando claro se é uma referência ao xadrez ou a outro jogo. A influência persa na nomenclatura do jogo, do qual a maioria das palavras tem como raiz a língua pahlavi, também são consideradas como argumentos a favor da teoria iraniana.[45]
A presença da figura do elefante como um dos argumentos utilizados para justificar a origem indiana do jogo também é questionado segundo o qual os animais não eram exclusividade da Índia, sendo conhecidos desde o período ptolemaico no Egito, e utilizados nos exércitos persas[46] e por Alexandre, o Grande durante a campanha de conquista da Índia no século III a.C.. As literaturas persas Chatranj namâg e Shāh-nāmeh que indicam a origem do jogo como de um outro reino a oeste, relatado como Hind e que trouxe o chaturanga para corte persa, poderia indicar uma província oriental do império persa que inclui a província moderna do Sistan e Baluchistão, que durante a dinastia Aquemênida era uma extensão da província do Khuzistão.[8]
As escolas de pensamento do xadrez
Em 1749 Philidor publicou seu livro L'analyse des échecs discutindo em detalhes a estratégia como um todo e a importância da estrutura de peões no jogo como um fator posicional. Seu livro incluia catorze partidas fictícias e várias anotações de meio jogo discutindo características como peões isolados, dobrados, atrasados, passados e ilha de peões.[47]
Philidor foi o melhor enxadrista de seu tempo e seu livro uma obra de referência do xadrez moderno por mais de um século, sendo traduzido para vários idiomas [48] e suas idéias deu base a primeira escola de pensamento do xadrez, a Escola de Philidor. Apesar disto, a escola italiana desenvolvida por Ponziani, Lolli e Del Rio por volta de 1750, que em oposição a Philidor preconizavam um desenvolvimento rápido das peças e o ataque direto sobre o Rei adversário, dominaram o desenvolvimento da teoria até o final da década de 1840.[47]
Neste mesmo período, surgiram em Londres e Paris as primeiras cafeterias que popularizaram a prática do jogo. O Slaughter's (em Londres) e o Café de la Régence (em Paris) presenciaram os primeiros confrontos entre os melhores jogadores do período como Stamma, Kermeur e Philidor.[49] Já no início do século XVIII, surgiram os primeiros estabelecimentos voltados exclusivamente para a prática do xadrez, os clubes de xadrez em Londres, Praga, Viena e Paris. Isto aumentou a necessidade de formalização das regras, visando a realização de torneios nas agremiações e a partir de 1803 os clubes começaram a publicar seus conjuntos de regras.[50]
Por volta da década de 1840, o centro do xadrez europeu ainda era na França, que detinha os melhores jogadores da época como Bourdonnais e Saint-Amant porém, após a vitória de Staunton sobre o último a Inglaterra ascendeu como centro mundial do xadrez iniciando a escola de pensamento inglesa.[51] Lasa, Staunton e Jaenisch (de modo independente) publicaram os primeiros livros de regras para o xadrez no final deste período, que foram a base competições subsequentes. Lasa foi co-autor do Handbuch des Schachspiels (1843) utilizado na língua alemã e Staunton publicou o livro Chess Praxis (1860).[52][50]
Nascimento do esporte
Em 1851, foi disputado em Londres o primeiro internacional, vencido por Adolf Anderssen.[53] A partir de então vários torneios são realizados nas principais cidades da Europa como: Londres (1862)[53]; Paris (1867)[54]; Baden-Baden (1870)[55]; Viena (1873)[56]; Berlim (1881)[57], e; Hastings (1895)[58].
Neste período surgiram também os primeiros enxadristas profissionais, primeiro em Londres principal centro do xadrez na época, e depois em outras cidades. Inicialmente, estes jogadores disputavam partidas em seus clubes, muitas vezes em simultâneas e às cegas, cobrando pequenos valores por isso. Com os torneios se popularizando, os melhores jogadores dedicaram-se a estas competições como: Joseph Henry Blackburne, Louis Paulsen, Wilhelm Steinitz, Johannes Zukertort, Cecil Valentine De Vere, Szymon Winawer, Isidor Gunsberg, Mikhail Chigorin, Samuel Rosenthal e Johannes Minckwitz.[nota 4]
Em 1886 foi disputado entre Steinitz e Zukertort a primeira disputa oficial pelo título de campeão mundial, apesar do termo já ter sido empregado anteriormente.[61] Steinitz, o melhor jogador da época, venceu a disputa e manteve o título até 1894 quando foi derrotado por Emanuel Lasker.[62] Surgem então novos jogadores, além de Lasker, que utilizavam um estilo de jogo mais posicional, conhecido como escola moderna do xadrez, com nomes como: Siegbert Tarrasch, Frank Marshall, Dawid Janowski, Carl Schlechter, Akiba Rubinstein, Harry Nelson Pillsbury e Géza Maróczy.[63]
Apesar dos primeiros conceitos da escola ortodoxa terem sido propostos por Steinitz, considerado fundador desta, somente esta geração de jogadores reconheceu os trabalhos de Steinitz devidamente, do qual Lasker afirmou:"...And I who vanquished him must see to it that his great achievement, his theories should find justice, and I must avenge the wrongs he suffered." (E eu que o derrotei devo ver suas grandes conquistas, suas teorias devem encontrar justiça, e devo vingar as injustiças que sofreu).[64] Surge então o prodígio cubano José Raúl Capablanca que conquista o título mundial de Lasker em 1921, pondo um fim no domínio germânico de jogadores europeus. Capablanca, manteve uma invencibilidade de oito anos em competições sendo considerado ídolo do esporte e derrotado somente em 1927 por Alexander Alekhine.[65]
Após a primeira guerra mundial, o xadrez começara a ser revolucionado por um novo estilo determinado hipermoderno dos teóricos Richard Réti, Savielly Tartakower, Gyula Breyer e notoriamente Aaron Nimzowitsch, principal autor desta escola com a obra Mein System (Meu Sistema), que preconizava o controle do centro a distância e a utilização dos bispos flanqueados e Aberturas Abertas.[66]
Surgimento da FIDE
A partir do torneio de São Petersburgo de 1914, cresceram as iniciativas para a criação de uma entidade reguladora para o esporte, assim nasce a FIDE em 1924. O primeiro evento organizado pela entidade foram as Olimpíadas de Xadrez, vencida pela equipe húngara, e o Campeonato Mundial Feminino de Xadrez vencido por Vera Menchik, realizados em Londres no ano de 1927.[67][68]
Os congressos da FIDE de 1925 e 1926 já manifestavam o interesse de organizar também o mundial masculino, porém o fundo de premiação de $10.000 dólares exigido por Capablanca era impraticável pela entidade que decidiu criar um título em paralelo de "Campeão da FIDE" em 1928. Bogoljubow venceu a disputa contra Euwe, entretanto foi esquecido após a derrota de Bogoljubow no mundial seguinte de 1929 contra Alekhine, então campeão mundial após ter derrotado Capablanca no ano de 1927. Alekhine concordava em disputar o título sob organização da FIDE, exceto contra Capablanca onde exigia as mesmas condições da partida realizada em 1927.[69]
Após a Segunda Guerra Mundial, a FIDE reiniciou suas atividades com a organização do mundial de 1946. Entretanto Alekhine faleceu antes da competição deixando o título vago. Então no congresso da entidade de 1947 foram então decididos os participantes de um torneio que apontaria o novo campeão mundial, agora contando com o apoio da federação soviética, a FIDE indica Paul Keres, Reuben Fine, Mikhail Botvinnik, Samuel Reshevsky, Vasily Smyslov e Max Euwe para a disputa do ano seguinte.[70]
Botvinnik venceu o torneio, dando início a uma era de campeões mundiais soviéticos até a década de 1990. Este domínio foi apenas interrompido entre 1972 e 1975 quando o prodígio estadunidense Bobby Fischer se tornou campeão ao derrotar Spassky no ano 1972.[71]No campeonato mundial feminino, o domínio de campeãs soviéticas que durou até 1990.[72]
Xadrez e a Tecnologia
Ao longo do tempo, o duelo entre as máquinas (computadores) e o homem foi-se acentuando. O xadrez não foi exceção, as primeiras tentativas desta interação datam do século XIX, com tentativas de notação automática de uma partida através de dispositivos eletromagnéticos sobre o tabuleiro, conectados a um dispositivo de impressão. Com os adventos dos primeiros computadores no início d5 1950, os cientistas da computação iniciaram o desenvolvimento de programas dedicados ao xadrez. Um dos primeiros testes envolveu o MANIAC I capaz de executar 10.000 instruções/segundo, entretanto devido a limitações de cálculo o tabuleiro empregado tinha uma versão reduzida, o xadrez de Los Alamos com seis colunas e seis fileiras, que reduziu o tempo de cálculo de quatro plies de três horas da versão tradicional para doze minutos.[73]
Com o avanço da informática os motores mais sofisticados passaram a incluir funções de avaliação considerando a posição das peças de modo a buscar na árvore de possibilidades um lance ótimo de acordo com a estratégia enxadrista. Por exemplo, um cavalo localizado ao centro do tabuleiro torna-se mais valioso, segundo a função de avaliação, do que um localizado num dos cantos do tabuleiro.[74]